sábado, 19 de novembro de 2011

Ferreira Gullar



Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Começo meu curso com o Ferreira Gullar na Casa do Saber na segunda-feira. Sempre foi um sonho...
Primeira aula: O poema sujo.

Sim, Gostei!

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